INFORMATIVO ESPECIAL NOVEMBRO 2017

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ESTE INFORMATIVO APRESENTA DE FORMA DETALHADA A REUNIÃO OCORRIDA EM BRASILIA NA SEDE DO POSTALIS COM A FAACO,  SUAS ASSOCIAÇÕES FILIADAS E O INTERVENTOR DO POSTALIS  NO DIA 14/11/2017

No dia 14/11/2017, a FAACO e Associações de Aposentados a ela filiadas foram recebidas pelo Interventor do Postalis, Sr. Walter de Carvalho Parente, para uma reunião com intuito de conhecermos a situação atual do Plano BD e quais providências estão sendo adotadas para uma gestão que busque a recuperação dos investimentos que, por gestão temerária ou por qualquer outra razão, tenha causado perdas nos ativos do Instituto, e que resultaram na cobrança de contribuição extraordinária dos participantes assistidos e pensionistas, o que retira dos mesmos a possibilidade de uma aposentadoria digna.

I – Apresentação do Presidente da FAACO

O Sr. Jesuíno fez os agradecimentos e ao mesmo tempo elogiou a Nota publicada no dia anterior no site do Postalis, divulgando as ações dos primeiros trinta dias de gestão do Interventor, fato relevante para os participantes ativos e assistidos, deixando-nos esperançosos quanto a uma gestão a ser realizada de forma transparente para com todos os participantes, e igualmente competente.

Disse, também, da preocupação dos assistidos e pensionistas quanto ao futuro do Plano BD, haja vista que nas redes sociais são publicadas notas de que o referido plano será liquidado, gerando intranquilidade e incerteza aos assistidos e pensionistas.

O Presidente da FAACO disse, ainda, que ao final da reunião entregaria ao Interventor uma carta onde constam os vários questionamentos que as Associações gostariam de ter uma resposta para repassar aos seus associados.

Tomando a palavra, o Sr. Tarcísio, da Associação de Aposentados de Brasília, afirmou que o Postalis tem sido um centro de episódios de fraude e de má gestão nos últimos anos. Em abril o Tribunal de Contas da União – TCU bloqueou bens de 5 (cinco) ex-dirigentes do Postalis depois ter apurado, em auditoria especifica, um prejuízo de mais de hum bilhão de reais em 7 negócios fechados, fato este que pela sua recorrência e gravidade pode ter contribuído para a presente intervenção. A respeito, o Sr. Tarcísio indaga se esse fato foi determinante para decisão da PREVIC intervir no Postalis.

II – Informações prestadas pelo Interventor, com participação da FAACO e Associações:

Disse que a pergunta do porquê da intervenção, todo mundo fez desde que ele chegou no Postalis: Conselheiros, Ex-conselheiros, Ex-dirigentes, Presidente dos Correios, Vice-Presidente

e Conselho de Administração dos Correios, causando-lhe espanto por não saberem o real  motivo da intervenção.

Disse que diria a nós o que disse ao Presidente da ECT que a Intervenção teve os fatores explícitos e implícitos. E que os fatores implícitos são mais importantes do que os explícitos.

O que causou a Intervenção foi a má gestão dos investimentos ao longo da história do Postalis, com indícios de continuidade na sua última gestão.

Disse ainda que estava afirmando isto para já responder que intervenção não foi feita tardiamente. Não foi tarde, porque toda época era época de fazer a intervenção, pois a má gestão esteve presente ao longo da história do Postalis, e foi agravada nos últimos anos. A situação geral, apresentada pelo Postalis, ultimamente, conhecida por todos, motivou a presente intervenção.

Os fatores explícitos são aqueles constantes da Nota Técnica da PREVIC, a saber: Falta de governança na Entidade; Registros contábeis irregulares e não auditados; Falta de auditoria; Gestão temerária dos Investimentos; etc.

Disse que o Plano BD tem um patrimônio de 12 bilhões, tendo 5,5 bilhões de ativos. Disse que a Diretoria que foi afastada (que estava na gestão do Postalis) criou um Fundo de ativos totalmente podres, no valor de aproximadamente 1,2 bilhões, colocando na contabilidade como ativo a receber no futuro, caracterizando, desta forma, “uma pedalada”. O porque disto: O interventor imagina que tenha sido para não passar aos participantes a necessidade de um novo equacionamento, criando desta forma uma contabilidade “criativa”, que já derrubou até governo. Vê essa operação como uma forma de esconder o déficit, o que é grave. Esses ativos já estavam provisionados como perda e reapareceram na contabilidade como “ativos bons’, criando fundos fictícios e informando que estava “a mil maravilhas”.

Disse que dias antes da intervenção, a então Diretoria do Postalis havia aplicado 23 milhões em um fundo perdido da área de saúde, jogando esse dinheiro literalmente na lata de lixo. Enfatizou que o modus operandi da Diretoria afastada continuava o mesmo das gestões anteriores.

Mencionou também que é triste ouvir da boca das pessoas, tanto dentro do Postalis e dos Correios, que o Postalis pertence a um partido político. O Postalis não pertence a partido algum. O Postalis é dos participantes ativos e aposentados.

Informou também que na reunião que teve com o Presidente da ECT, um dos Conselheiros da Empresa sugeriu ao mesmo para que ajudasse o Interventor na recuperação da gestão do Postalis. A FAACO entende que isso seria muito bom, pois a Patrocinadora deveria ser a grande interessada na recuperação do Plano BD e do Postalis, como um todo.

Destacou o interventor que não é filiado a qualquer partido político, como se divulga. Que é auditor da Receita Federal. Que já interviu em 15 fundos de pensão. Que não é ele quem vai na PREVIC colocando-se à disposição, e sim, a PREVIC é quem vai atrás dele para assumir estas responsabilidades.

Que o Presidente da ECT disse que ele (interventor) é uma pessoa “super poderosa”; a respeito, o Interventor disse ter perguntado a um dos Conselheiros (eleito representante dos empregados), porque eles achavam que o Interventor é super poderoso. Tendo o mesmo respondido que era poderoso por ter sido nomeado pela PREVIC, ao que o Interventor disse ter respondido ao Presidente da ECT que ele realmente era poderoso, pois vinha para representar os 140 mil participantes e, porque eles são fortes e é eles que lhe dão essa fortaleza para ir atrás do dinheiro que é devido ao Postalis, inclusive da própria ECT que deve aos participantes, a chamada RTSA.

Quanto à RTSA, informou ter dito ao Presidente da ECT que gostaria que ele tivesse a mente aberta que deve, e que vai pagar, pois ele, interventor, não vai abrir mão deste dinheiro.

Quais são os objetivos implícitos? Disse o interventor que dos objetivos implícitos o mais importante é abrir a caixa preta, saber de fato quanto é que tem dentro do Postalis. Quanto é que tem de patrimônio. E concluiu, que são tantos os investimentos ruins, que deve haver toda atenção na identificação dos seus reais valores, e como fazer para receber tudo isso.  Sabe que precisa ir atrás deste dinheiro todo, para ver se vamos receber isto.

Citou o caso do BNY Mellon, e que andam dizendo que ele não vai cobrar, que vai acabar com a negociação, destacando que isto não é verdade, muito pelo contrário, que “vai para cima” e quem vai cobrar o referido Banco é a Procuradoria da República, porque esta Instituição tem mais força e “não sabemos o que está por trás destas negociações”.

Disse que só na assinatura do contrato de advogados nos Estados Unidos (somente para entrar com ação) para defender o Postalis no caso do BNY, representa um valor astronômico, o que ele vai ter que achar uma forma para tentar contornar isso.

Que o Postalis aplicou 400 milhões num fundo de “BIO Energia” e, perguntou a um dos presentes, em caso de perda deste investimento, qual seria o prejuízo do valor aplicado. Disse que não era só os 400 milhões pois o Postalis “ficou sócio” deste empreendimento, podendo, gerar um prejuízo maior ainda pelas dívidas trabalhistas e outros credores. Disse que veio para isto, para analisar todas estas coisas, e como sair fora disto.

Complementou o interventor: do jeito que estava indo a administração do Postalis provavelmente em pouco tempo ficaria sem dinheiro algum.

Comunicou aos presentes que designou uma comissão de três pessoas dentro do Postalis para apurar tudo, desde a fundação do Postalis, frisando que não é como andam propagando que a apuração será só dos últimos 12 meses, o que não é verdade.

Citou que feita a Intervenção não é possível acabar a intervenção “na canetada”, pois a Intervenção é baseada em critérios técnicos.

Foi perguntado ao Interventor qual o valor a ser recuperado do Banco BNY Mellon. Disse que o Banco deu uma garantia de 248 milhões e, o problema atual é calcular qual o prejuízo que o referido banco deu ao POSTALIS. Uma ação desta, quando você não tem o valor real do prejuízo é muito difícil e demorada. Quando você vai cobrar na justiça tem dois tipos de ações. A primeira é Ação Monitória e Ação de Execução. Monitória só para julgar se deve. Se deve passa para Ação de Execução, quando serão calculados os valores.

Sabe-se que ao entrar com ação no Brasil contra o referido Banco o mesmo se propôs a pagar 1,2 bilhões. Entende o Interventor que para o Banco oferecer este valor a dívida com o Postalis deve ser muito maior e muita coisa deve existir “por trás disto”.

Que não é intenção do Interventor fazer a liquidação do Plano BD e sim sua recuperação. Foi enfático, novamente, em reafirmar que não veio para liquidar. Que isto é uma grande mentira que estão divulgando na mídia. Que vai lutar para que o Plano tenha o menor custo possível para os participantes.

Que na visão do Interventor, o Postalis não possui um canal de comunicação com os participantes que atenda os anseios dos assistidos. A FAACO se colocou a disposição para essa comunicação transparente.

Respondendo a uma das perguntas de uma das associações o Interventor disse que o Patrimônio do Postalis é de 12 bilhões, sendo que 6,5 bilhões estão descobertos. Dos 5,5 bilhões do ativo hoje existente, apenas 2 bilhões é o que realmente existe, portanto, estão faltando 9 bilhões. Isto só do BD. Bom, se receber os 5 bilhões do Banco BNY Mellon, ficaria faltando 4 bilhões. Se a ECT pagar o que deve são mais 2 bilhões (com as devidas correções atuariais que deverão ser feitas). Portanto, o déficit seria de 2 bilhões.

Que a intervenção não vai durar apenas seis meses, deverá ser de hum ano e meio pelo menos, pois tem que ser verificado tudo. Que a intervenção não é política e sim técnica.

Que o Postalis tinha mais de 200 funcionários e esta providenciando a redução deste quantitativo pois entende que é necessário um número bem inferior a esse, o que diminuirá drasticamente os custos administrativos.

Que hoje paga-se mensalmente uma despesa administrativa de 7 milhões, assegurando que esse valor vai ser reduzido substancialmente.

Disse que nomeou uma equipe de 5 pessoas para ajuda-lo na sua gestão e que não quer fazer nada de cima para baixo.

Diante da liberdade que foi dado a FAACO e suas Associações para discutir o enxugamento da estrutura funcional houve questionamentos sobre o possível fechamento dos Núcleos Regionais, tendo o Interventor solicitado a FAACO a indicação de três pessoas para discutir com o grupo de gestão do Postalis o referido assunto.

Disse ao final que a melhor coisa que poderia ter acontecido ao POSTALIS é a intervenção. Que os propósitos são Republicanos. Que os movimentos que estavam acontecendo certamente não estavam indicando os melhores caminhos para os participantes do Postalis.

Citou a aplicação do nosso dinheiro na “Nova Bolsa de Valores” e só tem dinheiro do Postalis, cerca de 450 milhões e essa Bolsa até hoje não abriu e nem vai abrir. Qual a garantia dada para este investimento? A garantia foi a própria bolsa. Disse que é como você pegar dinheiro emprestado para construir uma casa e dar a casa que será construída como garantia. Se você não constrói a casa você deixa de ter a referida garantia.

Foi perguntado se o retrato que ele tirou do Postalis era muito feio quando da sua chegada. Disse que era horroroso, no entanto, que passado um mês ele já enxerga uma luz no final do túnel. Que se tivesse que fazer a liquidação já teria feito. Pois quando o interventor vê que os resultados não serão alcançados pede logo a intervenção e não é o caso do plano BD.

Que está com dificuldade para contratar uma empresa de alto nível de auditoria, no entanto, o mercado não quer associar o seu nome ao Postalis, pois o nosso Instituto não goza de bom conceito no mercado. Mas que vai conseguir superar estas barreiras.

O Interventor insistiu na indicação de três pessoas da FAACO para participar da discussão sobre o atendimento nos Núcleos do Postalis, tendo o Presidente da FAACO dito que até o dia 20/11 próximo fará as indicações dos nomes.

O Interventor apresentou aos presentes os 5 (cinco) gestores que o estão ajudando na sua gestão.

A FAACO colocou a disposição do Postalis o seu instrumento de comunicação para que o Postalis possa utilizá-lo para informações dos interesses dos assistidos e pensionistas.

Ao final da reunião o Interventor colocou-se a disposição para receber a FAACO e suas respectivas Associações de forma periódica para fazer um balanço e posicionamento das ações que estão sendo desenvolvidas no Postalis.

A princípio ficou acertado que bimestralmente teremos reunião com o Interventor para esta finalidade.

III – Conclusão

As Reuniões da FAACO e suas Associações serão realizadas com o Interventor a cada 2 meses, quando será feito um balanço das providências já adotadas, das perspectivas e também das ações em que esta Federação poderá prestar algum tipo de apoio ao Interventor.

O grupo de 3 representantes já está sendo designado pela FAACO, o qual terá por missão reunir-se com a Comissão de Gestão designada pelo Interventor, a fim de tratar, inicialmente, do plano de revisão das estruturas dos Núcleos Regionais do Postalis.

A FAACO entende que a reunião foi proveitosa e profícua para os interesses dos aposentados e pensionistas, a fim de que se possa acompanhar e divulgar as ações que tanto almejamos que é a recuperação do nosso Plano BD e do nosso Instituto.

17/11/2017

FAACO

Publicada dia 21/11/2017 14:51



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