Ataques às atividades sindicais confirmam o desinteresse da ECT com o trabalhador(a)
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Propostas da empresa para o ACT 2016/17 desmerecem as atividades sindicais. Comando de Negociação contesta também o plano de saúde da categoria
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Os ataques sindicais não são de hoje, mas foram confirmados na reunião dessa quarta-feira (24), em Brasília, entre o Comando de Negociação e a representação da ECT. Durante as discussões sobre as cláusulas Das Relações Sindicais, foram apresentadas restrições pela ECT aos sindicatos, como o possível monitoramento por gestores e a redução drástica de liberações. A empresa alega que os 204 dirigentes sindicais liberados dão prejuízo à ECT e que a diminuição das liberações podem ajudar no equilíbrio econômico da empresa.
Como os Correios insistem em afirmar que a ECT está deficitária, foi sugerido pelos representantes sindicais que a empresa apresente dados quantitativos das funções existentes na empresa, além dos valores dessas. Para a categoria é claro o abuso de funções na ECT, além dos valores exorbitantes que são pagos para beneficiar apadrinhados políticos nos Correios. Destaca-se que muitos não são funcionários de carreira.
Foi sugerido ainda pela representação dos trabalhadores um teto salarial nos Correios de R$ 10 mil e que o presidente Guilherme Campos dê o exemplo, reduzindo o próprio salário de R$ 46 mil para R$ 10 mil. O comando relembrou que uma das primeiras ações de Campos foi elevar a própria renda, contrariando, dessa maneira, o discurso do déficit nas contas.
É de suma importância a ECT corrigir várias ações que são verdadeiras sangrias aos cofres da empresa, como o elevado número de patrocínios, contratações indiretas sem licitação e, ainda, o excessivo número de funções que funcionam apenas como cabides de emprego.
Além de não serem atuais, eses ataques às entidades sindicais são praticados no dia a dia dos Correios. Muitas vezes, a culpa da sobrecarga de trabalho nas unidades recai sobre os dirigentes liberados – uma estratégia dos gestores para justificar a ausência de profissionais em diversos cargos, por falta, na verdade, de concursos públicos.
Enquanto os sindicalistas tentam realizar devidamente o trabalho, a empresa coloca impasses à luta centenária por avanços nos Correios, visando apenas o mercado e desmoralizar o debate das entidades.
Saúde do Trabalhador
O intuito da ECT com o retrocesso está em enfraquecer as conquistas, em especial as relacionadas com a saúde do trabalhador, que é um direito e não mercadoria. Com os números do Postal Saúde apresentados nesta quinta-feira (25), é claramente anunciado um plano deficitário, apenas com gastos.
A empresa demonstrou o custo de R$ 1,6 bilhões em 2015 com o plano. O aumento dos gastos entre março de 2015 e o mesmo mês em 2016 foi de R$ 650,00 milhões para 835 milhões, respectivamente. No entanto deixou no ar valores correspondentes aos aluguéis ou mesmo dos salários dos indicados para gerir o plano. E vale ressaltar que os gastos com cargos administrativos da Postal Saúde foram de R$ 14 milhões, registrados em julho de 2016.
A ECT apresentou ainda um comparativo do plano de saúde dos Correios com a Cassi (Bancários) e GEAP (Servidores Públicos) que contribuem com mensalidades entre 3% a 19%.
A Postal Saúde afirmou que não está procedendo novas adesões no plano, a não ser cônjuges ou filhos, mas que um novo plano será apresentado aos futuros funcionários. Conforme os representantes do plano, essas são exigências da Agência Nacional de Saúde (ANS).
Os representantes do Comando de Negociação foram enfáticos sobre não aceitar o pagamento de mensalidades, uma vez que o piso salarial é de R$ 1.234,00 e, quando aplicado os descontos, a renda cai para cerca de R$ 800,00 ou R$ 900,00. Não há como pagar pelo plano de saúde, uma vez que o menor salário praticado entre os funcionários de empresas estatais e servidores públicos federais são os dos Correios.
Na época do CorreiosSaúde, eram os trabalhadores (as) os principais interessados e os envolvidos na administração do plano, sem altos salários ou alugueis de prédios por todo o Brasil. Por isso, a pauta de reivindicações requer o retorno do plano de saúde para o controle da ECT e a extinção do Postal Saúde, pois a propaganda divulgada pela empresa sobre a economia com o atual plano não ocorreu. Na contramão, os gastos dobraram.
Por tudo isso, é tão importante para o comando resistir por nenhum direito a menos dos sindicatos, que, consequentemente, lutam ao lado de todos os trabalhadores (as) dos Correios. Somente com as entidades representativas é possível contestar as arbitrariedades do empregador, bem como avançar na coletividade também com resultados positivos em lutas individuais, com mais qualidade de vida e trabalho.
A FENTECT destaca que é importante lotar as assembleias da categoria previstas para os dias 05 e 06 de setembro , pois o recado foi dado: não serão permitidas retiradas de direitos, privatização e tão pouco ameaça à empregabilidade dos ecetistas.
Fonte: Fentect
Publicada dia 26/08/2016 20:06